A lei é um dos pilares que sustentam a organização social. Mas será que devemos obedecê-la em qualquer circunstância? Se uma norma for injusta, o cidadão tem a obrigação de segui-la ou o direito de resistir?
O conceito de desobediência civil, defendido por pensadores como Henry David Thoreau e Mahatma Gandhi, propõe que as pessoas devem resistir pacificamente a leis que violem princípios éticos fundamentais. Esse tipo de resistência foi crucial em diversos momentos históricos, como no movimento dos direitos civis nos Estados Unidos, liderado por Martin Luther King Jr., e na luta contra o apartheid na África do Sul.
Por outro lado, Thomas Hobbes argumentava que sem a obediência irrestrita às leis, a sociedade entraria em colapso. Para ele, as regras jurídicas são essenciais para evitar o caos e garantir a estabilidade, mesmo que, em alguns momentos, possam parecer injustas.
Mas até que ponto uma sociedade deve tolerar normas que restringem liberdades ou beneficiam apenas uma parcela da população? Quando a lei se torna opressora, seguir as regras ainda é um dever ou passa a ser uma forma de conivência com a injustiça?