
O conceito de estado de exceção foi amplamente discutido por Giorgio Agamben, que o definiu como uma situação em que os direitos e garantias fundamentais são suspensos para atender a uma suposta necessidade de emergência. Quando esse estado é "disfarçado", ele opera sem ser oficialmente declarado, tornando-se uma ferramenta de controle invisível, mas profundamente impactante.
Em um estado de exceção disfarçado, governos exercem poderes extraordinários sob a justificativa de garantir segurança, estabilidade ou progresso. Isso pode incluir medidas como vigilância em massa, repressão a protestos e uso abusivo de leis comuns para limitar direitos fundamentais. O problema é que essas práticas são implementadas dentro de uma aparente normalidade, dificultando sua identificação e resistência.
Um exemplo clássico é a vigilância em massa. Sob o pretexto de combater o terrorismo ou o crime organizado, governos monitoram atividades privadas de seus cidadãos, comprometendo a privacidade e a liberdade individual. De forma semelhante, protestos pacíficos podem ser reprimidos com violência policial, enquadrados como ameaças à ordem pública.
A maior questão é: até que ponto estamos dispostos a abrir mão de liberdades em nome da segurança? Como podemos distinguir entre medidas necessárias para o bem coletivo e aquelas que apenas mascaram a concentração de poder nas mãos de poucos?
Refletimos: Se um estado de exceção disfarçado normaliza a supressão de direitos, não estaríamos caminhando para uma "ditadura invisível"?
Como identificar e resistir a um estado de exceção disfarçado quando ele se apresenta como necessário para o bem-estar coletivo?