A teoria jurídica muitas vezes apresenta o direito como um instrumento neutro, criado para proteger a justiça e promover a igualdade. No entanto, críticos como Karl Marx argumentam que o direito não é tão imparcial quanto parece. Segundo ele, as leis são frequentemente moldadas pelos interesses da classe dominante, servindo para perpetuar desigualdades e proteger privilégios.
Esse ponto de vista é evidente em diversos momentos da história, onde grandes corporações, elites políticas e grupos econômicos exercem influência significativa na formulação e aplicação das normas jurídicas.
Um exemplo contemporâneo são as legislações ambientais. Muitas vezes, enquanto a sociedade clama por leis mais rigorosas para proteger o meio ambiente, corporações utilizam seu poder econômico e político para amenizar ou atrasar regulamentações que possam impactar seus lucros. Em outras áreas, como direito tributário ou trabalhista, o mesmo padrão se repete, com leis frequentemente favorecendo os mais poderosos.
Essa realidade nos leva a um questionamento crucial: se o direito é moldado por interesses econômicos, ele ainda pode ser considerado um instrumento de justiça? Ou estaria tão profundamente influenciado por desigualdades estruturais que sua imparcialidade se torna apenas uma aparência? Como podemos construir um sistema jurídico que realmente promova a equidade e a proteção dos mais vulneráveis?